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Na frequência do amor

Na frequência do amor

Por Roger Marza

Ouvi pela primeira vez a música “A Lua Girou” quando eu tinha por volta dos 14 anos, em uma fita K7 que ganhei da minha tia Silvana, uma mulher incrível que talvez não saiba o quanto me inspira. Para ela, fiz a improvisação “Luz da Noite”, com sons que gravei à noite da paisagem sonora de um retiro na Serra da Cantareira, após participar de meu primeiro “Kirtan”, uma roda de mantras, a convite do querido Daniel Braga.

Eu tenho essa fita até hoje, guardada numa caixa verde que há anos está fechada, embora haja aberturas laterais por onde devem passar minhas amigas lagartixas. Naquela fita, ela ainda gravou para mim “Benke” e “River Phoenix (Carta a Um Jovem Ator)”, de Bituca também, além de músicas igualmente incríveis como “Natural”, do 14 Bis, e “Voarás”, de Paulinho Pedra Azul.

Quem conhece essas letras e esses acordes sabe o quanto de amor pulsa nessas canções, que acolhem, compartilham afeto, estimulam o nosso voo para uma dimensão na qual nunca o Sol derreteria a cera que gruda as penas coladas no menino Ícaro, que mergulharia no mar apenas para se confraternizar com a vida em meio aos golfinhos, baleias, peixes e sereias para depois seguir o caminho que bem sentisse no coração.

“A Lua Girou” é uma dessas canções mágicas, daquelas que quando estamos parecendo cair, nos sustentam com a “Música das Nuvens e do Chão”, de outro ser incrível, Hermeto Pascoal. Em meio à escuridão causada pela busca de poder, dinheiro, fama, cliques, Fake News e fundamentalismos religiosos e científicos, cultive no Dia dos Namorados o amor próprio, o amor ao próximo, o amor filial, o amor que vai de Nossa Senhora à Oxum, de Santo Antonio à Exu, Krishna e Radha, Rama e Sita, Shiva e Parvati, Kamadeva e Rati. Um divino amor, como expressa o som Divya Aloha.

Sintonize a amplitude da frequência dessas e outras canções, capazes de nos transformar de dentro para fora. Celebre a vida e o amor nas suas mais diversas formas, estilos, gêneros e posições. E isso não apenas no dia 12 de junho, no dia 12 de outubro, 2 de fevereiro, 25 de dezembro, ou qualquer outra data comercial. Mas busque isso ao longo d’As Quatro Estações, de Antonio Vivaldi! Parece fácil falar, difícil praticar. Mas grandes mudanças começam com simples gestos e comportamentos, como se permitir sentir sem pensar, como ouvir uma música e meditar. “Imagine all the people / Livin’ life in peace”

Assista ao vídeo de minha interpretação de “A Lua Girou” no meu canal do YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=RQ-73fZ8sx4

Ouça a música Luz da Noite: https://www.youtube.com/watch?v=XXjizlu-X4A

Assista ao meu primeiro Kirtan nesses dois vídeos:

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